Saiba que estratégias adotar para lidar com um trabalho de que você não gosta
RIO - Todos nós já ouvimos falar - ou, pelo menos, vimos em filmes - de grandes histórias sobre pessoas que estão trabalhando em empregos destrutivos e acabam pedindo demissão em grande estilo, e seguindo para uma nova etapa de sua carreira. Como nem sempre a vida imita a arte - e vice-versa -, a maioria das pessoas não pode se dar o luxo de tomar a decisão de seguir em frente, sem nada em vista.
Antes é necessário, ao menos, ter um plano de ação, até porque as contas do aluguel, do condomínio e dos telefones, por exemplo, vão se aculumando, e não dá para deixar para depois. Mas o que fazer quando você está preso num trabalho do qual não gosta? Há como fazer do dia a dia algo menos doloroso ou chato? Especialistas garantem que sim.
Um dos conselhos é desenvolver suas habilidades - muitas vezes, utilizando benefícios educacionais da própria firma na qual se está - através de cursos e da melhora do networking. Além de distrair a cabeça, isso aumenta a empregabilidade do profissional. Outra recomendação dos especialistas é registrar tudo o que faz, não só para saber que produz bem e em quantidade, mas também para usar esses dados futuramente, a fim de negociar melhores condições de trabalho.
De qualquer forma, consultores alertam que é importante tomar cuidado em relação a idealizar outros empregos. Pode até ser que outra vaga seja mais adequada a você. Mas lembre-se: não é porque você está infeliz em seu trabalho atual que o próximo será perfeito.
Escreva os aspectos dos quais não gosta no trabalho - Segundo Dawn Rosenberg McKay, que escreve sobre carreiras no site About.com, a primeira medida a tomar é fazer uma lista do que você não gosta no seu trabalho. E isso deve ser feito num período de fim de semana ou férias. É necessário listar item por item. “Se você detesta seu chefe, escreva quais são os aspectos dos quais não gosta”, explica McKay. Se você gosta do que faz, mas não gosta dos colegas ou do chefe, por exemplo, separe item por item. McKay aconselha também o profissional a tentar achar pontos positivos no atual emprego, mesmo que seja a vizinhança ou a vista que se vê da janela. Isso tudo é importante para ter a real dimensão do que incomoda.
Converse com o seu chefe - Se o incômodo é relativo às tarefas desempenhadas ou se elas foram muito modificadas, desde quando você começou, pense em falar com seu chefe sobre o assunto. Mas, antes de se aproximar dele, considere se você é tratado de forma especial ou se os seus colegas também se sentem da mesma forma. Com a tendência das empresas de demitir para manter uma força de trabalho menor, fazendo a mesma quantidade de trabalho, muita gente acaba fazendo trabalho extra. Se todo mundo está no mesmo barco, só lhe resta aceitar a situação. Se, porém, você se sente injustamente sobrecarregado, pense se existe espaço para conversar sobre o assunto com seu chefe. Se houver, faça-o.
Não espere elogios ou recompensas por um trabalho bem-feito - Segundo Cohen, muitos profissionais são vistos pelos respectivos chefes e/ou colegas exclusivamente como um recurso a ser explorado, o que ocasiona sentimentos de menos-valia em algumas pessoas. “Não espere elogios ou olhares de aprovação pelo bom trabalho que fez”, diz Cohen. Em vez de esperar por um feedback positivo da empresa, procure-o em outros lugares, como entre a família e os amigos. Em alguns casos, afirma Cohen, trabalhar como voluntário ou se associar a uma organização profissional pode trazer conforto.
Documente tudo o que faz - Registre tudo o que faz, não só para saber que produz bem e em quantidade, mas também para usar esses dados futuramente, a fim de negociar melhores condições de trabalho. Procurar não levar as coisas para o lado pessoal também ajuda, dizem consultores. Provavelmente não é só você que está estressado nem insatisfeito.
Não fique reclamando com colegas da empresa - É importante evitar reclamar com colegas do trabalho sobre suas insatisfações. Isso evita que se estabeleça um clima negativo e também que fofocas o sabotem e levem à sua demissão.
Ajuste seu trabalho a você - Segundo especialistas, quando o emprego está deixando a pessoa física ou emocionalmente doente, é necessário deixá-lo, mesmo antes de ter outro engatilhado. Pressão alta e altos níveis de estresse são alguns exemplos. Há casos em que a incerteza de ficar sem nenhum trabalho é mais confortável do que a certeza daquele no qual se está. Para algumas pessoas, vale mais a pena optar por um trabalho com menor carga horária, no qual se ganhe menos, do que permanecer no emprego atual.
Desenvolva habilidades - Quem pretende mudar de carreira, e não só sair de um trabalho em particular, deve se focar em desenvolver habilidades, afirma Cathy Goodwin, consultora de carreiras. É necessário pensar no que se pode aprender e, depois, inserir no currículo: Programas de computador? Falar em público? “Se a sua empresa oferece benefícios educacionais, use-os para tornar-se mais empregável”, diz Cathy. Para Roy Cohen, autor do livro “O guia de sobrevivência dos profissionais de Wall Street”, um emprego ruim pode ser uma etapa necessária para o profissional se desenvolver, fazendo networking ou algum curso, antes de achar um trabalho mais satisfatório. Isso não quer dizer, no entanto, que será fácil ou rápido conseguir a próxima oportunidade de emprego.
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